sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Luz ao fundo do Tunel?

Até parece que os grandes Caciques interessados farão os necessários estudos para a solução alternativas; E se de facto forem feitos,desaparecerão misteriosamente, como aconteceu com o Famoso estudo de António Mexia.
Para não variar, o Metro não irá Custar €300 Milhões...
Facto: Se metade da estrutura necessária para que um comboio elétrico regional circule no canal da linha da Lousã existe e seria aproveitável, não acham que ficará mais em conta (barato) do que a opção Metro, onde só é aproveitável o canal?

de seguida artigo do Jornal Trevim de 24 Fevereiro.

Foi lançado oficialmente a 17 de Fevereiro o Concurso Público Internacional do Sistema de Metro Ligeiro de Superfície, em Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã, informou o presidente da Administração da Sociedade Metro Mondego, José Mariz


O concurso, mandado publicar em Diário da República e no Jornal das Comunidades, obriga os concorrentes à apresentação de uma “proposta base” e de uma “proposta alternativa”, entre o troço Ceira/Lousã. A primeira consta na elaboração de um projecto para a implantação de um eléctrico rápido (numa bitola de 1,4 metros) entre Coimbra e Lousã e um modo rodoviário complementar entre Lousã e Serpins. Conforme foi explicado em Coimbra, as candidaturas terão de incluir também “soluções tecnológicas alternativas no troço do ramal da Lousã entre as estações de Ceira e Lousã, caso se revele económica e socialmente mais vanta- josas”.
Segundo o Conselho de Administração, foi escolhido este troço para a criação de uma alternativa, devido ao facto de em determinados sítios urbanos apenas ser possível a circulação de um veículo com características geométricas específicas. “Trata-se de um troço que, do ponto de vista económico se revela pouco interessante, considerando-se que a electrificação da via e a utilização de material ferroviário ligeiro poderá não ser a solução com maior racionalidade económica”, argumenta ainda a sociedade.
Nenhum elemento da empresa presente na conferência afirmou saber que tipo de alternativa será esta, o que foi dito é que seja qual for a solução apresentada pelos concorrentes, ela terá de respeitar as normas ambientais e sobretudo “o canal”. “Ou seja, não vamos colocar autocarros na estrada da Beira... qualquer alternativa terá de ser instalada no ramal”, declarou um dos membros da Administração.
A partir da data de publicação do anúncio, os concorrentes têm seis meses para apresentação das candidaturas. A abertura de propostas está prevista para o dia 19 de Agosto de 2005, na sede da Metro Mondego. Segue-se um período de selecção, de seis meses, e ainda uma fase de negociação, de cinco, entre as empresas finalistas. O valor actual líquido esperado dos pagamentos a efectuar pela Metro Mondego, a qualidade técnica, os prazos de execução do projecto, a solidez da estrutura empresarial, contratual e financeira e ainda o grau de risco e de compromisso associado à proposta são os critérios de selecção das candidaturas, por ordem decrescente de importância.
Se os prazos forem cumpridos, a obra, orçada em 300 milhões de euros, será adjudicada em meados de 2006. Sendo o prazo de execução de três anos e meio, o Metro estará nos carris em 2010.

Subconcessões a duas empresas

A obra não será adjudicada apenas a uma empresa. Estão previstas duas subconcessões, uma pelo prazo de 30 anos e outra por um período de nove. Caberá à primeira o projecto e execução das obras de construção da rede de metro, o fornecimento e montagem do material circulante e respectiva manutenção e conservação, o fornecimento e montagem dos restantes equipamentos designadamente da bilhética e a gestão e manutenção do sistema ao longo de todo o período da concessão, garantindo a respectiva disponibilidade, fiabilidade e segurança.
À segunda sociedade subconcessionária compete a exploração e respectiva limpeza do sistema, a gestão das estações, interfaces e parques de estacionamento rodoviário e exercício das actividades comerciais complementares nas instalações afectas ao sistema. O prazo é prorrogável por um período de cinco anos, desde que a empresa assegure o equilíbrio económico-financeiro da exploração, sem compensações por parte da Metro Mondego.

Capitais públicos e privados

O financiamento do sistema de transportes inclui capitais públicos e privados, tornando-se a primeira parceria público-privada em Portugal no sector dos transportes.
A Metro Mondego comparticipará em 50 por cento o investimento inicial, num limite de 175 milhões de euros. À empresa responsável pela exploração do sistema, a sociedade terá de pagar compensações financeiras pelos eventuais défices. As compensações deverão constar das propostas a apresentar pelos concorrentes, fundadas nas suas estimativas de procura e projecções das contas de exploração, contemplando-se uma comparticipação da Metro em, pelo menos, 60 por cento da receita de bilheteira adicional que venha a ser obtida pela subconcessionária.
No âmbito da parceria, cabe à firma responsável pela construção do sistema a disponibilização de 50 por cento do investimento. A esta empresa será paga posteriormente uma “renda” por parte da Metro-Mondego, pela utilização e exploração da rede por parte de terceiros.

Circuito do Metro pode ser alterado

Movimento Cívico contra
possível “exclusão” de Miranda

O Movimento Cívico de Lousã e Miranda do Corvo reuniu ontem, dia 23, em Miranda, com cáracter de urgência. “Esta reunião nasce da necessidade de dar resposta imediata às notícias sobre a eventualidade do Metro Mondego passar a meio metro, parando em Ceira”, refere uma nota de imprensa do Movimento.
O organismo “sempre defendeu que a linha da Lousã, entre a Estação Velha e Serpins, deve ter a mesma solução tecnológica, de preferência compatível com as soluções do sistema ferroviário nacional”.
O comunicado, assinado pelo social-democrata Jaime Ramos, reivindica a alteração do concurso, por parte do Governo eleito. “Com uma nova maioria na Assembleia da República e com o novo Governo presidido pelo engenheiro José Sócrates é necessário que o aviso do concurso para o Metro Mondego seja reformulado, garantindo a ligação a Serpins”.

Autarca confia que concurso acabará por ser extinto

Fernando Carvalho “despreocupado”

O presidente da Câmara Municipal da Lousã, Fernando Carvalho, não se manifesta preocupado com o lançamento do concurso nestes moldes. Contactado pelo Trevim, o autarca disse que não havia “necessidade de impugnar” o concurso, conforme chegou a admitir quando teve conhecimento formal de que Serpins tinha sido excluído do circuito do metro. “A legislação do programa do concurso obriga a que no prazo de 90 dias a Câmara da Lousã assine o protocolo de aceitação, que as outras autarquias accionistas já assinaram. Como tal não vai acontecer, o concurso ficará suspenso durante 15 dias. Findo este período, o concurso extinguir-se-á automaticamente”, rematou.

Maria João Borges | 23 Fevereiro 2005

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