terça-feira, março 15, 2005

mais um passo a favor da Linhã da Lousã

Para além de desprporcionado, conforme está planeado, é CRIMINOSO!!


Diário de Coimbra. Terça-feira, 15 de Março de 2005

Miranda ameaça boicotar metro

O concurso público da Sociedade Metro Mondego só terá pernas para andar quando os três municípios accionistas firmarem protocolos com a empresa. Mas, à oposição do autarquia da Lousã ao caderno de encargos do concurso, juntou-se, entretanto, a de Miranda do Corvo

Após a determinação manifestada pelo presidente da Câmara de Lousã, no sentido de inviabilizar o concurso público do Metropolitano Ligeiro de Superfície do Mondego, é agora a vez da sua homóloga de Miranda do Corvo assumir uma posição de força no conturbado processo. A social-democrata Fátima Ramos avisa que não assinará o protocolo com a Sociedade Metro Mondego, indispensável à eficácia do concurso, se o respectivo caderno de encargos continuar a permitir que os concorrentes proponham soluções tecnológicas diferentes para o Ramal da Lousã: eléctricos rápidos entre Coimbra e Ceira; e automotora ou comboio entre Ceira e Lousã.
«Todo o Ramal da Lousã terá de ter o mesmo sistema», declarou ao Diário de Coimbra, no fim-de-semana, a presidente da Câmara de Miranda do Corvo, que, tal como as autarquias de Coimbra e Lousã, detém 14% do capital social da Sociedade Metro Mondego. Fátima Ramos só assinará o protocolo com esta empresa, na qual o Estado ocupa uma posição maioritária (51%), se, «dentro do prazo para assinatura dos protocolos, 90 dias, o novo Governo fizer uma alteração ao processo de concurso, de modo a que só sejam aceites soluções que garantam que a viagem se fará entre Lousã e Coimbra sem transbordo em Ceira (…). Apenas admitimos soluções tecnológicas diferentes dentro da cidade [de Coimbra], nas novas linhas a construir», insistiu.
A autarca afirma que as suas exigências não implicam a anulação do concurso lançado a 17 de Fevereiro. Defende que basta alterar o caderno de encargos do concurso e incluir uma cláusula nos protocolos a assinar entre a Metro Mondego e os municípios, que deixe claro a impossibilidade de haver transbordos no Ramal da Lousã. Se a sua exigência não for satisfeita, Fátima Ramos promete mesmo «abandonar de imediato o processo e a Sociedade [Metro Mondego]».
Entre as alterações ao caderno de encargos propostas por Fátima Ramos, inclui-se a que visa a manutenção do «troço Lousã-Serpins no sistema ferroviário», uma exigência que, no início deste mês, levou o presidente da Câmara da Lousã, Fernando Carvalho, a interpor uma providência cautelar em tribunal, visando a suspensão do concurso.

Transbordo significa perda de conforto e de passageiros

A intransigência demonstrada, agora, por Fátima Ramos é justificada com a necessidade de garantir a comodidade dos utentes e a viabilidade económica do Ramal da Lousã. «Imagine que vai entrar em Miranda e, chegando a Ceira, tem que fazer um transbordo: perde comodidade!», previu a autarca, argumentando que o incómodo da mudança de veículo é contraditório com a estratégia de aumentar o número de passageiros do ramal. «As linhas pequenas acabam todas por morrer», acrescentou a presidente de câmara, convencida, igualmente, de que há razões para os municípios accionistas da Sociedade Metro Mondego exigirem a sua representação na comissão de acompanhamento do concurso público.
Fátima Ramos, que só abdicou da defesa da electrificação e manutenção do transporte ferroviário no Ramal da Lousã por a maioria dos órgãos de poder dos municípios envolvidos ser a favor dos eléctricos rápidos, já manifestara a sua total oposição aos transbordos em Ceira, em carta datada de 7 de Outubro de 2004, ao então ministro das Obras públicas, Transportes e Comunicações. António Mexia, contudo, não lhe deu resposta.
Nessa missiva, a autarca também criticou o regime jurídico do Metropolitano Ligeiro de Superfície do Mondego, por este admitir a hipótese dos municípios «atribuírem compensações financeiras» para cobrir eventuais défices de exploração. «Não será justo que se exija a um município com a dimensão de Miranda do Corvo aquilo que não é exigido a outros municípios do país com maior dimensão e nos quais existem sistemas de transportes públicos totalmente comparticipados pelo Estado», comparou Fátima Ramos, anexando o valor das transferências financeiras do Estado para o município de Miranda do Corvo.


Nelson Morais

1 comentário:

Anónimo disse...

Vou citar a sabedoria popular, e só essa:

"De cavalo para burro"

Obrigado,

Dario Silva
www.ocomboio.net