sábado, março 11, 2006

Comunicado da Comissão de utentes do Ramal da Lousã

Sistema Ferroviário do Mondego

CURL reafirma o que defende para o Ramal da Lousã



O Governo apresenta hoje, em Coimbra, um projecto ferroviário (mais um, no âmbito da improdutiva Metro Mondego!), que, se for mesmo concretizado desta vez, e fazendo fé no que tem sido divulgado pelos jornais nas últimas semanas, deverá ter implicações radicais no modo de transporte diário de milhares de cidadãos, designadamente dos utentes do Ramal da Lousã.



No interesse dos utilizadores do comboio e do desenvolvimento solidário do distrito de Coimbra e da Região Centro, a Comissão de Utentes do Ramal da Lousã (CURL), sem prejuízo de analisar o projecto do Governo posteriormente, já na presença das informações concretas, reafirma hoje o que sempre defendeu para esta linha, que completa este ano 100 anos de existência:



1 – A CURL defende que o Ramal da Lousã deve ser um todo entre Coimbra B e Serpins, sem amputações de qualquer espécie, permitindo o acesso directo e permanente dos utentes ao centro da cidade (Coimbra A) e à Linha do Norte (Coimbra B), sem transbordos onde quer que alguns políticos, o sector imobiliário e os adversários do Ramal os queiram impor.



2 – A CURL entende que um Ramal da Lousã integrado na Rede Ferroviária Nacional, com compatibilidade de bitola, mantendo a exploração nas mãos da CP, pode servir melhor os interesses das populações da Lousã e Miranda do Corvo e da região.

Não há nenhuma razão política, técnica ou financeira que justifique uma eventual desligação do Ramal da Rede Ferroviária Nacional, mudando a sua actual bitola ibérica para bitola europeia.

É preciso que os decisores políticos olhem mais para o interior do distrito, designadamente para Góis e Arganil, onde o comboio deveria chegado igualmente há 100 anos!

A redução da bitola inviabiliza a retoma do transporte ferroviário de mercadorias (em especial materiais de construção, matéria-prima para as indústrias e madeiras) e mesmo o prolongamento da ferrovia para aqueles concelhos estará em causa por muitas mais décadas.

A bitola estreita no Ramal da Lousã serve apenas a teimosia dos adversários empedernidos do Ramal da Lousã, a especulação imobiliária e uma eventual federação de projectos políticos pessoais, imediatistas e antagónicos entre si dos líderes autárquicos (Lousã, Miranda e Coimbra).



3 – A CURL preconiza a modernização, electrificação e compra de novo material circulante (moderno, rápido, seguro, cómodo e ecológico) para o Ramal da Lousã, apoiando a compatibilização da ferrovia existente com a (re)introdução dos eléctricos (mais rápidos que os do passado) em Coimbra, segundo a vontade dos órgãos autárquicos e das populações da cidade.



4 – A Comissão de Utentes alerta para o perigo real de o agora designado “Sistema de Mobilidade do Mondego” ou “Sistema Ferroviário do Mondego” (segundo anúncio do Ministério dos Transportes e Comunicações) vir acabar com a componente social de um sistema público de transporte, designadamente o dever do Estado de garantir tarifas mais favoráveis para idosos e estudantes. Tudo isto com o silêncio das câmaras municipais e dos partidos com maior responsabilidade no distrito.



Por fim, a CURL vai avaliar em que medida os interesses dos utentes e dos próprios municípios foram, ou não, acautelados pelos presidentes das câmaras, em particular da Lousã e de Miranda, no processo negocial que mantiveram com o Governo nas últimas semanas.



Em anexo, enviamos um estudo que hoje foi remetido à CURL pela sua congénere do Grande Porto, a Comissão de Utentes da Linha da Póvoa (CULP), em que são postas em evidência as enormes diferenças, para pior, entre as condições oferecidas antes pela CP aos utentes e a actual “performance” comercial da Metro do Porto. E a população da “Pequena” Área Metropolitana de Coimbra não é comparável à do Grande Porto. Mais palavras para quê?



Lousã e Miranda do Corvo, 7 de Março de 2006-03-07



Contactos: Victor Ferreira – 239 701838 (trab.) e 239 533192 (resid.)



Palavras para Quê? já o disse e repito...enquanto há vida há epserança!

Mas não podemos chamar Democrático a um sistema onde grandes decisões são tomadas contra a vontade do povo e em proveito pessoal.

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